Caríssimos estudantes,
se protocolarmente só vos menciono no fim destas saudações iniciais, isso não me faz esquecer – nem a mim, nem a ninguém – que sois vós – jovens da região da Guarda, jovens de todo o país, da Lusofonia e de diversas partes da Europa e do mundo – que sois vós, a primeira e a principal razão de ser deste Politécnico!
É em primeiro lugar para vós, e principalmente para vós!, que todos nós, no IPG, devemos dedicar o melhor do nosso esforço e do nosso conhecimento;
Ex.ma Senhora Presidente da Associação Académica da Guarda, Beatriz Silva,
Ex.mos Representantes de Órgãos de Comunicação Social, Radio Altitude/Jornal O Interior, Luís Batista Martins Jornal A Guarda, Francisco Barbeira e ensino Magazine, João Carrega,
Caros Convidados,
Minhas Senhores e Meus Senhores,
Como dizia agora mesmo dirigindo-me aos estudantes – e como deixei bem claro na apresentação da minha recandidatura – este vai ser um mandato focado em acelerar o alargamento e a qualificação letiva e científica do Politécnico da Guarda.
Temos de continuar o trabalho de aumento da reputação do Politécnico da Guarda como instituição pedagógica e científica, como parceiro de empresas e de autarquias, como agente de inovação e de desenvolvimento nesta região do Interior que é portuguesa e que é ibérica!
Por isso, quero assegurar-vos e garantir-vos que, neste mandato, iremos empenhar-nos em:
1º – proporcionar aos finalistas das nossas formações melhores perspetivas de produção de conhecimento e, também, de sucesso na passagem à vida ativa!
2º – proporcionar aos nossos docentes melhores condições letivas para ensinarem e prepararem os alunos atuais e os que irão chegar nos próximos anos.
3º – proporcionar ao nosso pessoal não docente, nas diversas funções e especialidades, mais e melhores condições, mais e melhor gestão para que possam desenvolver o seu trabalho com mais eficiência e mais qualidade.
Isto significa total empenho da nossa parte em criar um tempo novo na marcha histórica deste Politécnico.
Um tempo de melhores condições para aprender, para ensinar, para investigar e para trabalhar.
Um tempo de maior exigência connosco próprios.
De maior qualificação.
De maior avaliação de desempenho e de recompensa pelos méritos de cada um.
Um tempo novo de ambição,
De inovação,
De entreajuda,
De parceria,
mas também, como dizia, um tempo de maior exigência de todos para com todos, com vista a atingirmos mais e melhores resultados nos desafios que fazem parte da nossa missão.
Antes de voltar a este tempo novo de que vos falo, gostaria de recordar por instantes o mandato que agora termina.
Foram anos tremendamente desafiantes, muito difíceis.
Tivemos de enfrentar uma pandemia, o que nos colocou a todos imensas dificuldades: soubemos superá-las – e também soubemos aproveitar a digitalização brusca a que fomos obrigados para atualizarmos, e transformarmos para melhor, o nosso ensino e a nossa investigação.
Enfrentámos e continuamos a enfrentar as consequências da guerra na Ucrânia, com subidas absurdas de alguns custos, desde logo os energéticos.
Qualquer um destes fatores têm-nos constrangido financeiramente, pelo que só com uma gestão rigorosa é que temos conseguido vencer as crises!
Mesmo nestas circunstâncias difíceis, aumentámos os investimentos e as contratações!
Acresceram as estas crises mundiais algumas opções políticas que irão asfixiar as instituições de ensino superior, particularmente as de menor dimensão e mais afastadas de Lisboa e Porto.
Um exemplo disso é o financiamento desigual que é feito aos mesmíssimos cursos, consoante sejam ministrados num politécnico ou numa universidade.
Cursos como Gestão, Turismo, Biotecnologia ou as engenharias recebem montantes muito diferentes do Estado, consoante o subsistema em que são ministrados. Isto é profundamente injusto e é também muito limitativo para quem se esforça por investir o mais possível para qualificar a sua oferta pedagógica.
Quer a evolução do modelo de financiamento, quer a forma como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior diminuiu drasticamente o número de vagas para alunos internacionais, em instituições como o Politécnico da Guarda, é errada e é injusta para o trabalho de atração de novos alunos para o Interior.
No IPG também temos sentido o atraso no pagamento dos CTESP’s – razão pela qual, o Politécnico da Guarda, assim como todos os politécnicos representados pelo CCISP, defende que esse investimento seja responsabilidade do Governo e não das estruturas regionais ou locais.
Para o Conselho Coordenador dos Politécnicos, a coesão territorial é um desafio colocado ao país como um todo, devendo ser financiado centralmente. Apesar destas dificuldades, as quais continuamos a combater, em quatro anos de mandato conseguimos fazer muita coisa boa.
Este ano o Politécnico da Guarda foi uma das instituições de ensino superior do Interior a aumentar o número de alunos colocados na 1ª Fase do Concurso Nacional de Acesso face ao ano anterior, tal como referido pelo Senhor Presidente do Conselho Geral.
Falta acrescentar que, na 2ª Fase, cuja divulgação dos resultados foi posterior à gravação da mensagem do Presidente do Conselho Geral, o IPG voltou a registar bons resultados, esgotando as vagas em vários cursos e aproximando-se disso noutros tantos.
Agora, quer com a 3ª Fase em alguns cursos, quer com os alunos internacionais, ocuparemos todas as vagas que o Ministério permitiu que abríssemos.
O IPG passou a integrar a Universidade Europeia Universitas Montium (UNITA).
O IPG passou a integrar a rede de instituições de Ensino Superior do Sudoeste Europeu (CRUSOE).
O IPG é uma das instituições fundadoras da Rede Portuguesa das Universidades Promotoras de Saúde, que integra a RIUPS – Rede Iberoamericana de Universidades Promotoras de Saúde.
No IPG temos três unidades de gestão de centros de investigação:
O Centro de Estudos em Educação e Inovação (CI&DEI);
o Centro de Investigação em Sistemas Electromecatrónicos (CISE);
o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR)
Outras unidades estão em preparação.
O IPG lidera cada vez mais projetos, nacionais e europeus, em áreas estratégicas como a Saúde, a Agroindústria, o Turismo, a Digitalização, a Comunicação, a Logística, a Inovação, o Empreendedorismo e a Economia Azul.
Fundou com os Politécnicos de Tomar e de Castelo Branco o consórcio “Rede Politécnica A23”, orientado para o Impulso Jovem STEAM e para o Impulso Adulto, nas áreas da proteção de pessoas e bens e nas competências digitais, no âmbito do PRR.
O IPG fundou e lidera a implementação do laboratório colaborativo em Logística (o CoLab LogIN).
Participa num consórcio dedicado à Cibersegurança e à Proteção de Dados com os Politécnicos de Viana do Castelo e de Viseu.
Em paralelo, a A3ES (a agência de acreditação e de avaliação do ensino superior em Portugal) acreditou o Sistema Interno de Garantia da Qualidade do IPG por 6 anos!
Foi feito isto – e muito mais.
Estes exemplos já permitem perceber bem o salto qualitativo que este Politécnico deu nos últimos anos.
Estes resultados devem-se, desde logo, aos docentes e aos investigadores do IPG.
Devem-se aos seus funcionários e demais colaboradores.
Estes resultados também se devem aos alunos, aos atuais e aos anteriores.
Devem-se aos nossos parceiros na comunidade, aos autarcas que nos têm apoiado, aos elementos das IPSS e do sistema de Saúde, aos empresários e a muitos outros.
Devem-se às diretoras e aos diretores das nossas escolas.
Devem-se à nossa equipa da Administração.
A todas elas, e a todos eles, quero exprimir, em público, a minha gratidão e o meu reconhecimento pessoal e institucional.
Peço, para todos eles, uma salva de palmas.
Este tempo novo de que falo tem também de ser um tempo novo de maior união e de convergência: todos somos precisos para as mudanças que é necessário efetuar para afirmar este politécnico no território e no sistema nacional de ensino superior.
Um tempo novo de um projeto que conta com todos para se afirmar, para conseguir os melhores resultados no ensino,
na produção de ciência,
na difusão do conhecimento,
no desenvolvimento dos agentes económicos, sociais, com os quais temos projetos em parceria.
Este novo mandato vai continuar o seu trabalho de ajustar a oferta formativa do IPG às expectativas dos jovens portugueses e da Lusofonia.
Vai continuar a inovar na oferta formativa, a angariar mais estudantes para os seus CTeSP e, sobretudo, para as suas licenciaturas e mestrados.
Este mandato vai acrescentar valor e prestígio às escolas do IPG; vai desenvolver a investigação científica e a transmissão de conhecimento à sociedade, aumentando as interações com os tecidos social, económico e cultural da região e do país e com os tecidos de outras comunidades no estrangeiro.
O Politécnico da Guarda vai continuar a cultivar uma permanente abertura ao exterior.
Vai cultivar parcerias com empresas, com unidades de saúde, com escolas, com autarquias, com IPSS, com clubes desportivos, com órgãos de comunicação social, etc!
O Politécnico da Guarda vai continuar e alargar a realização de formações que valorizem, e que qualifiquem, o capital humano da região da Guarda e de todo o país.
Neste mandato vamos apostar na abertura a públicos não tradicionais.
Vamos seguir o exemplo da Europa do Norte, e da vizinha Espanha, para atrair cada vez mais adultos, para voltarem às salas de aula do ensino superior.
Vamos continuar a apostar na formação ao longo da vida.
O mercado, hoje, pede mais formações de curta duração.
Pede mais pós-graduações, mestrados e doutoramentos profissionais, articulados com empresas, organizações, IPPS e outros parceiros.
Pede mais formação à distância.
Vamos, por isso, prosseguir a estratégia dos últimos anos, de orientar o ensino e a produção de ciência do Politécnico da Guarda para parcerias com operadores no terreno, entre os quais avultam as empresas tecnológicas.
É este, aliás, o desígnio da Incubadora de Iniciativa Tecnológica que o IPG está a desenvolver com polos ou incubadoras próprias com concelhos como Mêda e Seia, aos quais se seguirão outros municípios que manifestem interesse em cooperar connosco.
Através de parcerias, sobretudo com as câmaras municipais, esta incubadora desnuclearizada estará particularmente vocacionada para acolher startups cuja atividade incida sobre as áreas da Automação, Logística, Economia Social e Mundo Digital.
Esta Incubadora de Iniciativa Tecnológica está associada ao Ecossistema Tecnocientífico Avançado que está a ser desenvolvido pelo IPG, o qual também inclui um Centro de Competências em Blockchain.
Esta rede que o Politécnico da Guarda está a desenvolver tem três virtualidades:
- colmatar o défice de qualificação de alguns segmentos da população do Interior;
- aumentar o número de jovens que frequentam o ensino superior na área de influência direta do IPG;
- promover o empreendedorismo de origem académica.
Vamos multiplicar os bons exemplos da capacidade do Politécnico da Guarda para construir respostas a necessidades reais do território: vamos ajudar a fortalecer os recursos e as empresas da nossa região para a sua entrada em modelos de Economia 4.0.
A alteração da nossa designação para “Universidade Politécnica” virá dar sentido a tudo isto e permitirá que o IPG se possa posicionar para cumprir com o que vai ser exigido para, no futuro, disponibilizar cursos de doutoramento.
Tive ocasião de afirmar à Senhora Ministra da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, e também ao Secretário de Estado do Ensino Superior, quando ambos escolheram o IPG para assinalar o Dia Nacional do Estudante, que o Politécnico da Guarda irá nos próximos anos cumprir muito melhor a missão para que foi criado:
- Vai ensinar mais e melhor nas suas áreas de conhecimento;
- Vai produzir mais inovação;
- Vai qualificar cada vez mais população ativa.
Em resumo, o IPG vai ser uma locomotiva de desenvolvimento para a Guarda e para a sua região.
E com isto termino, o grande desígnio para os próximos quatro ano: consolidar este Politécnico como o agente cultural, social e económico mais inovador, e mais dinâmico, da região da Guarda.
Conto com todos vós.
Comigo contam para trabalhar.
Muito obrigado a todos.
Joaquim Brigas
Presidente do Politécnico da Guarda