O desenvolvimento de uma plataforma digital para monitorizar o funcionamento do troço logístico entre Aveiro, Leixões, Guarda e Salamanca – apresentada no primeiro dia do seminário “Ensino, Georreferenciação e Automação no Território” – é, para Joaquim Brigas, presidente do Instituto Politécnico da Guarda – IPG, mais uma demonstração da prioridade que esta instituição do ensino superior está a dar à preparação de quadros e de ferramentas tecnológicas para o futuro Porto Seco da Guarda.
“Não sabemos exatamente qual é o ponto de situação em que está o Porto Seco – mas nós temos feito o nosso trabalho!”, afirmou Joaquim Brigas. O Politécnico da Guarda “está a antecipar-se à dinâmica do Governo, e também à dinâmica autárquica local, formando quadros para diversas atividades económicas antes de elas se instalarem e de começarem a laborar na nossa região”.
Na sessão de abertura do seminário, Joaquim Brigas recordou que, com a perspetiva da instalação do Porto Seco, a logística tornou-se uma área central para o Politécnico da Guarda: “Estamos a formar especialistas, a investigar e a criar projetos para tornar as empresas que interagem nesta região mais competitivas no mercado ibérico e no mercado europeu”, afirmou.
“O Porto Seco da Guarda tem uma localização privilegiada pela proximidade com Espanha e pelas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias”, afirmou Vasco Silva, da Administração do Porto de Douro Leixões e Viana do Castelo e orador do seminário. “O objetivo nacional e europeu é fazer uma migração de mercadorias de longo curso da rodovia para a ferrovia, agregando tudo na mesma plataforma informática e conduzindo para uma janela única de logística”.
O Laboratório Colaborativo na área da Logística – CoLAB LogIN, construído em parceria com empresas logísticas da região e grupos internacionais e liderado pelo IPG, está a investigar redes e fluxos logísticos que atravessam a região da Guarda, bem como os movimentos de transportes de todo o país com o exterior. O desenvolvimento de uma “torre de controlo” digital para fluxos logísticos com Espanha, apresentado no seminário, é um dos seus primeiros projetos, juntando o know-how empresarial do setor com a investigação académica para estudar formas de inovar as cadeias de fornecimento e de transporte.
“No Politécnico da Guarda temos feito o nosso trabalho para criar mais investigação e ciência na área da logística, temos lançado nova oferta formativa para capacitar e re-capacitar recursos no setor, temos feito parcerias com o empresas privadas, com outras instituições de ensino superior e com centros de investigação”, afirmou Joaquim Brigas. “Lançámos uma pós-graduação executiva, desenhada com grupos empresariais do setor, para capacitar quadros para o primeiro Porto Seco do país a instalar na Guarda. Avançámos também com um Curso Técnico Superior Profissional em Logística, orientado para capacitar profissionais nesta área”.
Segundo o presidente do Politécnico da Guarda, na investigação dedicada à digitalização das cadeias logística o IPG está a envolver docentes, estudantes e investigadores de Engenharia Topográfica e de Engenharia Informática. Paralelamente, o Politécnico da Guarda contratou duas dezenas de novos investigadores, os quais vieram para o interior criar e reforçar projetos de investigação em áreas estratégicas, tendo sido conseguido financiamentos de 2,2 milhões de euros em emprego científico altamente qualificado.
“Nós temos investigado, criado instrumentos, inovado, formado e capacitado antecipadamente!”, afirmou Joaquim Brigas.