A árvore é um ser vivo fundamental, regulador da natureza, do clima e da ecologização urbana. Grande parte dos recursos económicos e patrimoniais da Região Centro de Portugal resultam dos seus recursos naturais endógenos, como a floresta e a fruticultura que representam quase metade do Valor Acrescentado Bruto setorial do país, e que se pretendem ver alargados através da aplicação de novas tecnologias. Enquanto estrutura viva, a árvore está sujeita à biodegradação. Nestes casos ficam com as suas capacidades limitadas, quer de resistência como de produtividade, representando uma perda ambiental e económica, além de serem fonte de risco para pessoas e bens. Presentemente, a maioria das deteções de manifestações patológicas é feita visualmente. Porém, muitas são de difícil identificação e monitorização, por não serem percetíveis à vista humana. Estas técnicas tradicionais, que assentam na inspeção visual, detetam tardiamente as patologias, dificultando a sua eliminação ou mitigação. Nas avaliações mais precisas, a técnica tradicional recorre a metodologias invasivas e pontuais que constituem portas de entrada para agentes patogénicos. As técnicas tradicionais revelam-se ainda morosas, dispendiosas e muitas vezes ineficazes.
Assim, é fundamental ter uma técnica avançada de monitorização e manutenção que promova a saúde das árvores, de modo a potenciar as suas funções e minimizar prejuízos e riscos. A Termografia por Infravermelhos (TIV) possibilita a medição contínua e simultânea da temperatura de uma superfície, em tempo real e sem contacto, podendo constituir uma ferramenta poderosa, expedita, não poluente e não intrusiva para análise da integridade biológica de árvores.
Assim, o presente projeto visa otimizar esta técnica de diagnóstico para a inspeção, monitorização e deteção precoce de manifestações patológicas em árvores. A aplicação da técnica poderá permitir a diminuição dos meios humanos e materiais atualmente utilizados pelas técnicas tradicionais, com consequentes ganhos ambientais e económicos.
Neste quadro, o presente projeto pode constituir um polo de investigação aglutinador, ligado aos recursos naturais endógenos, centrado na Guarda, no coração do Parque Natural da Serra da Estrela, com relevância regional e nacional, promovido e apoiado pelas instituições de ensino superior (Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco) e do poder local (Câmaras Municipais da Guarda e de Seia) da região.