Minhas Senhoras e meus Senhores,
Neste Dia do Politécnico da Guarda, em 2022, podemos afirmar que o IPG recriou a sua ambição enquanto instituição de ensino superior.
Nestes últimos anos nem tudo foi fácil, até por causa da pandemia. Mas em todos estes anos se avançou na direção certa. E a direção certa é ter mais ciclos de estudos, é ter mais oferta formativa. É abrir novos cursos e eles encherem. É esses cursos ficarem cheios de estudantes porque têm qualidade pedagógica porque foram desenhados para corresponder às expectativas dos jovens; e, sobretudo, porque correspondem às necessidades do mercado. A direção certa para o Politécnico da Guarda é, pois, ter mais estudantes. A direção certa é ter mais professores e mais investigadores. É ter mais funcionários, prestar melhores serviços, ter escolas melhores. É ter novas candidaturas a novas licenciaturas e a novos mestrados, como temos hoje em curso.
Sendo este o caminho certo para o Politécnico da Guarda; o desafio a que esta presidência do IPG e as direções das escolas se colocaram nestes anos, podemos hoje dizer, sem qualquer exagero e até com comedimento, que o Politécnico da Guarda está no bom caminho. O IPG está numa fase de confiança que é sentida pelos seus docentes. Uma confiança que os estudantes sentem quanto à qualidade pedagógica do ensino que lhes é ministrado – e quanto à empregabilidade das suas formações.
Estando localizado numa região do Interior, o Politécnico da Guarda – com as suas escolas na Guarda e em Seia – tem vindo a reinventar, e aumentar o seu peso na sociedade e na economia que o rodeiam. Com muito trabalho, com o talento pessoal de vários agentes dinâmicos desta casa, foi possível crescer. Foi possível melhorar a reputação didática e científica das suas escolas, intervir mais, academicamente, no mundo real e interagir mais com empresas, com mais instituições e com mais autarquias. Este diagnóstico é objetivo e, hoje, é bem visível para todos.
É precisamente por ser um bom diagnóstico, que o seu mérito deve ser atribuído com justiça, aos docentes das quatro escolas, aos investigadores, que trabalham em projetos do IPG; e, também, aos seus funcionários.
É graças aos seus docentes, funcionários e investigadores que o IPG tem a dinâmica de crescimento, de prestígio e de intervenção no tecido socioeconómico que o caraterizam. É mérito deles as academias que a Forntinet e a NOESIS estão a promover no Politécnico da Guarda dedicadas à cibersegurança. É mérito deles, em parte, o financiamento de 1,3 milhões de euros para Laboratório Colaborativo em Logística, o LogIN, concebido pelo IPG em parceria com empresas nacionais e da região, envolvendo entidades públicas e privadas, que foram determinantes para o sucesso da nossa iniciativa. Assinámos ontem a escritura de constituição da associação com alguns dos nossos parceiros, na data limite dada pela FCT para o efeito.
Foi a dinâmica dos profissionais docentes e investigadores do Politécnico que trouxe para o seu âmbito a sede da região Centro do Observatório Nacional do Envelhecimento, dirigido por 3 docentes do politécnico.
O IPG acaba também de entrar na Rede Portuguesa das Universidades Promotoras de Saúde. Passou, igualmente, a integrar a Rede CRUSOE, uma organização de universidades e de politécnicos portugueses e espanhóis do Sudoeste europeu, dedicada à Investigação e ao Desenvolvimento. Através desta rede, o IPG participará em trabalhos científicos e terá programas de mobilidade académica.
O Politécnico da Guarda também já foi apresentar os seus contributos científicos nas áreas do envelhecimento ativo, das migrações e das energias renováveis num encontro da REDE UNITA. A UNITA – Rede de Universidades Europeias – é uma aliança que une instituições de ensino superior de Portugal, Espanha, França, Itália e Roménia que têm em comum a localização em zonas transfronteiriças e de montanha. O IPG já esteve em Bruxelas e está agora a ultimar a sua candidatura à UNITA 2.0. Implica muito trabalho de todos: dirigentes, docentes, investigadores e funcionários. Peço o melhor empenho de todos. Se tudo correr como previsto, em meados de 2023, seremos membros de pleno direito, seremos universidade europeia.
Ao mesmo tempo, o IPG está a trabalhar na criação de uma incubadora de base tecnológica, desnuclearizada, com alguns municípios do distrito da Guarda. Em breve, estará noutros concelhos. Com isto, estamos a criar oportunidades de empreendedorismo para os estudantes da região e para os que atrairmos, e apoiamos, diretamente, o desenvolvimento do território em que estamos implantados.
Em paralelo, integramos também projetos financiados pelo PRR, já em curso, para capacitar a população ativa e a população jovem:
- o “Living the Future Academy”, liderado pela Universidade de Coimbra.
- e a “Rede Politécnica A23”, juntamente com os politécnicos de Castelo Branco e de Tomar, que capacita adultos em competências digitais e também na proteção de pessoas e bens. No âmbito desta área, foi bom ver o reconhecimento internacional de um docente, agraciado com um doutoramento Honoris causa, por uma Universidade dos EUA.
Ao mesmo tempo, continuamos a formar dezenas de quadros para trabalharem em áreas de programação, na terceira edição do “UpSkills”, neste caso com a Capgemini, como parceiro empresarial.
Neste capítulo, como o IPG se começou a transformar com o LogIN e com as formações que oferece num dos centros de estudos logísticos do país, estamos a trabalhar, com a Sra Diretora da delegação da Guarda do IEFP, no sentido de uma edição do “UpSkills” orientada para esta mesma área. Será mais uma formação inovadora, pioneira, e que também contribuirá para reforçar a Guarda como centro de excelência da logística portuguesa.
Toda esta estratégia do IPG de interações com as empresas, esteve, aliás, no centro da intervenção do Eng. Alcino Lavrador, a quem aproveito para agradecer, não só a excelente lição que hoje nos deu, como a disponibilidade que sempre teve para promover programas e ações de inovação e de transferência de conhecimento entre o IPG e a Altice Labs. Bem-haja Eng. Alcino Lavrador!
Falava eu na atribuição dos méritos para esta “época ascendente” do Politécnico da Guarda. Não posso, por isso, deixar de elogiar os estudantes. Desde logo, os nossos ex-estudantes, os nossos “alumni”: ninguém faz melhor marketing do IPG do que os seus ex-alunos nos empregos para onde vão, ou nos projetos e empresas em que se envolvem.
Temos de estar sempre atentos aos sinais: e hoje os sinais dizem-nos que, pela primeira vez, todos os deputados à Assembleia da República pelo distrito da Guarda são formados pelo IPG, assim como o presidente da Câmara da Guarda e muitos outros autarcas, responsáveis de instituições, forças de segurança e diretores de empresas de grande sucesso como é o caso da Olano e da Comunilog entre muitas outras. Isto é, necessariamente, muito bom sinal.
Também tem muito mérito a Associação Académica da Guarda, que nestes anos se distinguiu – e muito bem – por ajudar a integrar os novos estudantes que chegam ao IPG, vindos da cidade e da região, vindos de outras regiões do país, vindos de países estrangeiros.
O associativismo académico tem sido fundamental para sustentar a nossa dinâmica de crescimento de alunos. E foi fundamental, nos anos duros da pandemia da Covid-19, para ajudar a manter a solidariedade, a coesão social, a integração, a interajuda, a segurança, a saúde e o conforto dos estudantes das diferentes escolas do IPG. Devemos esta palavra de reconhecimento aos alunos e à Associação Académica da Guarda.
Hoje a Associação Académica é presidida por uma mulher, a estudante Beatriz Silva. Com ela, a AAG está a reforçar-se como uma referência na promoção e na defesa dos direitos da mulher. Na promoção da inclusão e da solidariedade. Na defesa da tolerância e da integração. No combate ao racismo e à xenofobia. No respeito pela diferença e pela autodeterminação pessoal. No acolhimento e na valorização das minorias.
Os alunos do IPG têm sido fundamentais para tornar as nossas escolas espaços de ensino superior abertos, inclusivos, tolerantes e acolhedores. Os nossos estudantes têm esse mérito e eu, pela minha parte, tenho um grande gosto em o reconhecer.
Por falar em “gosto”, é com o maior gosto que reconheço também uma evolução – para melhor – da generalidade dos atores da região que interagem com este Politécnico. É o caso das Câmaras Municipais da Guarda e de Seia, as quais, depois de anos com algum distanciamento do “seu Politécnico”, estão agora a contribuir, também elas, para o crescimento do IPG. É o caso das residências estudantis – um problema estrutural do Politécnico e o maior entrave ao seu crescimento – no qual o IPG passou a ter uma colaboração maior, mais concreta e efetiva, por parte dos municípios em que está instalado. Guarda e Seia juntam-se, assim, a outros municípios que apostam no que o Politécnico vale e no que dá à região, o que me apraz registar.
Este ano letivo Vila Nova de Foz Côa vai ter ensino superior, começando com um CteSP da ESTH. Iremos assinar o protocolo dia 19 de dezembro. Continuamos disponíveis para, conjuntamente com os municípios, alargarmos ao território a nossa oferta formativa.
Permitam-me ainda algumas palavras em relação ao futuro. O futuro passa, necessariamente, por ter mais alojamento estudantil. Sem mais alojamento condigno a preços acessíveis, não conseguiremos mais estudantes na Guarda e em Seia. O IPG não tem sido bem-tratado pelo Estado neste capítulo, o que não é admissível nem aceitável. Apenas em SEIA está a avançar uma residência, fruto do acordo com a Estamo. Estamos a preparar novas candidaturas para residências e esperamos que o Governo cumpra a parte que lhe compete. O futuro passa também por nova Escola Superior de Saúde, um edifício que faça justiça a uma escola deste país que, ano após ano, esgota todas as vagas para todos os seus cursos na primeira fase das candidaturas ao ensino superior. Já não há espaço para os alunos da Escola de Saúde, que têm de ter aulas na Escola de Tecnologia Gestão. É preciso, pois, que o Governo cumpra a boa expectativa que o Senhor Primeiro Ministro António Costa deixou sobre este assunto, quando aqui passou! O futuro também passa por atrair mais estudantes estrangeiros, de diversas geografias, também da Índia, que apenas a má vontade e a irresponsabilidade de alguns inviabilizou este ano letivo, prejudicando assim a instituição e as cidades da Guara e Seia.
É este balanço, minhas senhoras e meus senhores, são estes projetos para o futuro que tinha para vos falar hoje, no Dia do IPG. É um balanço e são projetos que apresento, também, ao novo e recém-empossado presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico da Guarda, o Dr. Carlos Martins, atual diretor do Centro Distrital da Segurança Social da Guarda.
Como já afirmei anteriormente, o Dr. Carlos Martins é uma figura da sociedade da Guarda que tem grande sensibilidade para a ligação entre a Academia, as empresas, os agentes sociais e da saúde, as autarquias e os produtores culturais desta região. Quero por isso saudá-lo e desejar-lhe felicidades no exercício deste cargo tão importante para a comunidade académica do IPG, cargo esse que o Dr. Carlos Martins, com o seu equilíbrio e sensatez, seguramente desempenhará da melhor forma.
Vou agora concluir, sublinhando o quanto vale a pena estudar, aprender, introduzir qualificação, conhecimento e ciência no território, aqui, no Politécnico da Guarda.
Este Politécnico soube mesmo transformar-se num mar de oportunidades científicas e profissionais para os seus estudantes, para os seus docentes e para os seus investigadores.
Estou certo que assim irá continuar.
Muito obrigado!